domingo, 21 de setembro de 2008

A máquina do “fim-do-mundo”

Ligaram a máquina do “fim-do-mundo”! Advertiu-me um amigo impressionado com as notícias sobre o enorme acelerador de partículas europeu. Lá mesmo houve advertências, processos judiciais para impedir o funcionamento. E, na índia, enquanto muitos aguardavam o fim do mundo uma adolescente se matou de tanto medo.

Sei muito pouco sobre uma máquina dessas, mas sei que não é a primeira. É, de longe, a maior, mas outras já foram ligadas antes, e muito do que sabemos sobre o átomo e suas partículas aprendemos com elas.

Assuntos velhos: antes mesmo do nascimento de Jesus já se falava tanto sobre fim do mundo quanto sobre átomo. Sobre o primeiro, quem nunca leu as profecias de Daniel? E, sobre o segundo, acaso não lembramos das aulas de ciências sobre o filósofo grego que intuiu a existência de partículas constitutivas da matéria pelo simples raciocínio de se cortar alguma coisa continuamente em sua metade? Dizia ele: - Chegaremos a uma partícula que não poderá ser mais cortada. A palavra grega ‘átomo’ significa literalmente ‘não cortável’.

Meus professores nunca entraram em acordo se isso foi pensado por Leucipo ou Demócrito. Mas como o primeiro foi professor do segundo, para mim, essa questão não é tão importante.

Mas, voltando ao meu amigo alarmado. Ouvi todas as suas considerações - achei melhor não contar outras que eu conhecia, com medo de que ele ficasse mais alarmado ainda – e fiquei pensando duas coisas quase que paradoxais: como seria bom se fosse mesmo o “fim-do-mundo”! Afinal, não esperamos, oramos e nos empenhamos para que esse dia chegue logo?

Mas não é. Esse dia não será provocado pelo homem. Será uma intervenção divina. Não é uma “maquininha dessas” que fará o trabalho de Deus. Por mais importante que ela seja, é apenas uma “máquina de ver”. Explico:

Se você gosta de história tanto quanto eu, já deve ter percebido que a invenção das lentes foi um marco divisor no progresso da ciência. Com o microscópio um mundo invisível tornou-se examinável e com o telescópio o que era distante veio ser considerado em uma mesa de estudos.

À medida que os microscópios foram ficando mais potentes se percebeu que aquilo que parecia uma coisa só, como a pele, na verdade era constituída de várias celinhas (do latim: “celullas”), que no microscópio mostravam-se constituídas de partes menores, que por sua vez, eram constituídas de outras partes ainda menores.

Estava claro que quanto mais potente fosse o microscópio menores seriam as partículas que poderiam ser vistas. Mas quando se veria o átomo? Que potência deveria ter o microscópio que o mostrasse? Um cientista chamado Dalton no início do século XVII pensou: Não vamos esperar vê-lo pois já há informações sobre o que ele é. E postulou dentre muitas coisas que tudo é constituído por átomos e os átomos são as menores partículas.

Resumindo cem anos de história, Niels Bohr completou o modelo que conhecemos até hoje: O átomo possui um núcleo composto de prótons (positivos) e nêutrons (neutros). Ao redor deste núcleo orbitam os elétrons (negativos). E, quando um elétron migra de um átomo a outro, há produção de eletricidade e alteração das qualidades de ambos os átomos.

Do século XVII para hoje houve muitas outras descobertas. Descobrimos diversas partículas menores do que o átomo que o constituíam. Chegamos a “cortá-lo” - lembre-se que, por definição, ele era “não cortável”.

Mas o modelo de Bohr já era suficiente para se pensar (pois até hoje não vimos o átomo): Os elétrons são como os planetas que sempre vimos orbitando o sol. Mas não bastaria arranjar um microscópio mais poderoso? Não. Essas partículas são menores que a substância (onda ou partícula) da luz, que deveria iluminá-las para que as pudéssemos ver. Por isso o acelerador as emite em alta velocidade e observa o resultado do choque de uma contra outra. Mais ou menos como as partículas que os tubos de nossos aparelhos de TV emitem partículas para se chocarem contra a tela em uma ordem tal que produza imagens.

As Escrituras Sagradas ensinam que, ao examinar as coisas criadas, o homem aprende tanto sobre Deus que se torna indesculpável perante ele. Agora, repare bem: isso é dito sobre o homem comum fazendo uma observação comum. Imagine o quanto Deus tem por indesculpável aquele que examina suas obras com requintes científicos e aparelhagem sofisticada?

E, se, conforme nos ensina o Salmo 8, quando o olho os Céus compreendo que sou nada perante Deus, o que deveríamos então entender, quando “contemplamos” maravilhas como essas?

Essa maquineta não deve nos assustar. Ela está cumprindo suas maiores funções: fazendo com que os filhos de Deus exultem pelas obras do Criador e tornando os céticos mais indesculpáveis ainda.

2 comentários:

Ashbel Simonton Vasconcelos disse...

E o que se pode dizer dos que têm a Palavra de Deus nas mãos mas desdenham dos seus ensinos?
Há muitos ateus com a bíblia nas mãos, alguns até mesmo chamados de pastores evangélicos.
Parabéns pelo artigo.

Simonton

Anônimo disse...

Pastor

A cada dia que passa percebemos o quao próximo estamos do Ultimo Dia; Já estamos vivendo os ultimos dias e muitas vezes não nos damos conta disso. Mas como já foi dito, somos indesculpáveis, pois a grandeza de Deus está a cada dia se tornando mais explícita.

Ótimo artigo.

Cordialmente

Roberto