domingo, 28 de janeiro de 2007

Do monte ao templo

Durante seu ministério nosso Senhor encontrou-se com os mais variados tipos de pessoas, e o evangelista João disse que “não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.”

Um dia, cercado de gente, subiu para uma posição mais alta da encosta do monte em que estavam, e ali mesmo, ao ar livre, mostrou quem são os súditos de seu reino.

Primeiramente os caracterizou como bem-aventurados por serem humildes de espírito, por chorarem, serem mansos, sentirem fome e sede de justiça, serem misericordiosos, serem limpos de coração, pacificadores e perseguidos por seus “atos de justiça”. Não obstante, como o sal e a luz, influenciam sem serem influenciados.

Em segundo lugar, mostrou a que lei estão sujeitos: à que é mais estável e duradoura do que os céus e a terra e está escrita nos corações: Eles sequer pensam em matar ou adulterar ou dizer sim quando querem dizer não. E, como imitadores de Deus, fazem o bem a seus perseguidores.
Em terceiro lugar, descreveu seus “atos de justiça”: Jamais dão esmolas, oram ou jejuam para que os outros vejam. Fazem-no em segredo, e este segredo também louva a Deus.

Em quarto lugar, relacionou o que eles não fazem: não juntam tesouros sobre a terra, não andam ansiosos pela própria vida, não julgam temerariamente, nem desperdiçam os dons de Deus com quem desdenha deles.

Em quinto lugar, sucintamente, disse o que eles fazem: gastam-se em oração, preferem o caminho estreito de Deus e acautelam-se dos falsos profetas.

E, finalmente, constroem suas vidas sobre estes ensinos.

Tempos depois, no templo, próximo da morte, rodeado por muitos inimigos, ele substituiu as “bem-aventuranças” por “ais”.

Dirigindo-se aos escribas e fariseus, do mesmo modo que caracterizou seus súditos pela fronte (a fé, ou doutrina em que crêem) e pela mão direita (a ética, ou prática do dia-a-dia), passa a caracterizá-los como súditos de outro reino: o reino das trevas. Ai deles, pois:

Trocaram a bem-aventurança diante de Deus pela admiração diante dos homens. Dizem o que os outros devem fazer, mas, eles mesmos, não fazem. E, se porventura fizerem, fazem com o objetivo de “serem vistos pelos homens”, pois amam os lugares de destaque, e serem exaltados.

Tomaram nas mãos – como se pudessem – o reino de Deus. Não entram nem deixam entrar.

Exploram os carentes usando o engano das orações compridas e pomposas.

Fazem missões em países distante, mas ensinam o erro que leva duas vezes mais rápido ao inferno.

Garantem que respeitam a Deus. Entretanto desrespeitam o que é consagrado a ele.

São dizimistas fidelíssimos, mas negligenciam a justiça, a misericórdia e a fé. Coam mosquitos e engolem camelos.

Preocupam-se mais com a aparência de santidade do que com uma vida realmente santa.

Não perdem uma oportunidade de homenagear ou bajular, mesmo que isso mostre seus erros.

No monte, os que nada são aos olhos do mundo. Mas, como são cidadãos do reino de Deus, não fazem sua própria vontade. Constroem suas casas sobre a pedra.

No templo, os que recebem a admiração do povo pois sabem como enganá-los com a belas casas construídas na facilidade da areia, conforme a própria vontade.

Se não conseguem fugir do olhar penetrante de Deus como escaparão “da condenação do inferno”?

Ai deles!

3 comentários:

Anônimo disse...

Folton, gostaria de saber se por acaso poderia voltar a publicar o Feed Completo, pois arquivos todos no meu computador. Receio que algo tenha acontecido e o Feed voltou a ser impresso somente os 256 primeiros caracteres...

Sem mais para o momento, e já agradecendo a atenção, seu leitor, Ricardo...

folton disse...

Ricardo;
Estou providenciando. Na mudança para o Blogger novo algumas configurações foram afetadas e a recomendação é que eu conserte todas ante de alterar os feeds (ainda não sei por que, mas é a orientação do suporte do Google). Como são 8 Blogs em paralelo, não conseguirei fazer hoje, mas se puder vou aproveitar o feriado de amanhã.
ab
Fôlton

Anônimo disse...

Caro Reverendo Folton

Gostei muito desta reflexão.

Principalmente da parte...

"Em terceiro lugar, descreveu seus “atos de justiça”: Jamais dão esmolas, oram ou jejuam para que os outros vejam. Fazem-no em segredo, e este segredo também louva a Deus.

Em quarto lugar, relacionou o que eles não fazem: não juntam tesouros sobre a terra, não andam ansiosos pela própria vida, não julgam temerariamente, nem desperdiçam os dons de Deus com quem desdenha deles"

Um livro-romance que eu gosto muito e trata do assunto do "secreto" é o: Sublime Obsessão, de Lloyd Douglas.

Um abraço