Quando o Apóstolo Paulo escreveu à Igreja de Corinto, ao falar sobre a ressurreição, coisa em que eles não criam, foi duro e disse: Se nossa esperança em Cristo limita-se apenas às coisas desta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. (tradução minha).
A Igreja de Corinto dizia-se cristã, como muitas hoje se dizem também. Possuía qualidades inegáveis, como algumas hoje também possuem. Tinha seus defeitos - como é próprio de qualquer ajuntamento humano - e, talvez, defeitos até mais graves do que os que são tolerados na Igrejas mais “modernas” de hoje: a presença de um incestuoso na comunidade.
Depois de exortações sobre cada um dos problemas, sua atenção volta-se para uma crença que, era uma verdadeira contradição de termos. Uma estupidez, e, pela única vez, nesta carta ele os chama de “insensatos”.
A palavra que ele usa é um pouco mais pesada do que nossas traduções deixam entender, pois também pode ser traduzida por “tolos ou ignorantes”. Seu sentido básico é “falta de capacidade de entender algo”. Não sei se poderíamos chegar ao vulgar “idiotas” ou “burros”, mas está muito perto disso.
Enquanto alguns dizem que Paulo perdeu a cabeça, ou a paciência, eu prefiro ver a mesma ira, expressa pelo Senhor Jesus quando expulsa os vendedores do templo a chicotadas.
Não era concebível que alguém que se identificava-se como “cristão” esperasse do Senhor apenas o que concerne a esta vida.
O raciocínio é tão simples que ignorá-lo prova a tal “falta de capacidade de entender algo”. Siga os passos do raciocínio:
1º Passo: Ser cristão, é o mesmo que dizer que Cristo ressuscitou, pois se ele morreu e continuou morto, o que foi que ele fez demais? O mundo não está cheio de mestres e mártires?
2º Passo: Se, como cristãos, diziam que Cristo ressuscitou, por que não acreditavam que ressuscitariam também? Afinal, ele ressuscitou pra que?
3º Passo: Se o destino do cristão é ressuscitar para estar junto de Cristo, por que a esperança deles estava limitada apenas às coisas desta vida?
Percebeu?
É uma contradição de termos dizer-se cristão e não esperar pela ressurreição.
O caso a seguir é verídico e exemplifica bem:
- Por que você veio à Igreja?
- Porque eu estava falindo e fiz um acordo com Jesus e hoje minha loja está crescendo como nunca.
- E a senhora?
- Eu estava doente e fui curada.
E assim seguiram-se muitas perguntas semelhantes no programa de rádio transmitido ao vivo.
Porém, uma senhora respondeu:
- vim para agradecer a Deus pela salvação em Cristo.
- Salvou de que? Perguntou o repórter.
- Salvou da morte eterna.
- Mas, não tem mais nada?
- Não.
- Não foi curada, o casamento não foi consertado? Insistiu.
- Não! Nunca fiquei doente e sou solteira.
- Então veio pedir um emprego?
- Também não. Meu pai me deixou uma herança boa e eu ajudo uma creche do meu bairro.
O repórter desconversou e procurou outra pessoa. Aquela não tinha nada fantástico para falar. Ela fora apenas salva. Ela tinha apenas a vida eterna.
Entendeu o que é limitar a esperança em Cristo apenas a essa vida?
Se ele quiser que sejamos sadios, prósperos ou que vivamos tranqüilos, ele certamente fará isto. Porém se não quiser já temos o mais importante: ressuscitaremos e estaremos para sempre com ele.
Não somos os mais miseráveis de todos os homens. Não temos de viver cada dia como se fosse o último dia de vida. Nossa vida não acabará nunca.
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Um comentário:
Brilhante reflexão.
A história contada... então é notável por pegar a idéia do que se tornaram algumas igrejas hoje em dia.
É uma luta insensata pelo aqui e agora o tempo todo.
Dá dó.
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