No boletim passado escrevi: “Hoje o Espírito Santo, sob condições normais, capacita, mediante estudo e treinamento, a que as "grandezas de Deus" sejam anunciadas em diversos idiomas ou que um doente receba o tratamento adequado”. Adiantei um argumento contra meu próprio pensamento: “muitos tradutores e médicos sequer temem a Deus”, e prometi respondê-lo hoje.
Vamos lá:
O fato de uma pessoa não temer, ou sequer pensar em Deus, não a faz alheia as bênçãos de Deus. Todos - até mesmo os piores criminosos - estão constantemente recebendo bênçãos e mais bênçãos de Deus. O Senhor Jesus foi muito claro ao dizer que Deus “faz nascer seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos”. A isso chamamos de graça comum, já que é comum a todos indistintamente.
Porém, essa graça é muito mais abrangente do que se pensa. O que chamamos de “opinião pública” ou “senso de valores” é produto dela: Escritura fala de “uma norma de lei gravada nos corações” mediante a qual Deus haverá de julgar a todos. Ela é tão importante na manutenção da ordem social que é responsável pela existência de autoridades que são “ministros de Deus, vingadores, para castigar o que pratica o mal”.
Temos por assente que o “mercado” (ou como dizia o economista: “a mão invisível”) é o responsável pelo equilíbrio entre as necessidades de um povo e o número de portadores de aptidões naturais que as satisfaçam. Porém, na verdade, o responsável por isso é Deus; de tal modo que o lavrador, o médico, o Engenheiro, o policial, o professor, etc. desempenham funções dadas por ele através da “Graça Comum”. É isso que torna este mundo “habitável”.
Resumindo, aquele que cura o corpo, mas não se importa com o Criador dele, peca duplamente: contra quem criou o doente e contra quem o dotou de habilidade, inteligência e conhecimento para curá-la: o mesmo Deus. E aquele que é capaz de entender um idioma diferente e não expressa nele as grandezas de Deus, ou se vale dele para espalhar aquilo que desonra o Senhor, peca da mesma forma.
E assim poderíamos analisar todas as vocações humanas. Concluiríamos que são dádivas do Espírito Santo, como também o são todos os “carismas” com os quais ele atende as necessidades dos escolhidos enquanto a Graça Comum não produz pessoas capacitadas a tanto.
Portanto, Deus atende as necessidades de seu povo, e de todas as suas criaturas, mediante sua graça. E quem é o instrumento dessa graça, sendo temente a Deus, percebe-se colaborador seu e o louva por tamanha oportunidade. Quem não percebe isto e crê que tudo foi feito pela força de seu braço ou pela sua capacidade intelectual, manifesta sua rebeldia contra o Senhor, mas nem por isso deixa de ser seu instrumento. Ambos pecadores: o primeiro um pecador redimido e o segundo um pecador rebelado.
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2 comentários:
Caro escritor
Perfeito! (este artigo-reflexão)
Li então os três textos, e fico com a seguinte síntese:
- Deus age mediata e imediatamente;
- Hoje e sempre;
- Quando há poucos recursos: imediatamente;
- Quanto há abundância de recursos: mediatamente;
- Hoje, em relativa abundância em ciência, sabedoria e tecnologia, então sua ação é mais visível mediatamente;
- Hoje, em países de grande pobreza, onde falta tudo, é possível que sua ação seja mais visível imediatamente.
Um abraço e grato pelas lições.
Posso concordar contigo em linhas gerais. Mas ainda prefiro pensar em que nós, Igreja, somos o meio através Deus abençoaria mediantamente o mais desprovidos.
Infelizmente, esquecemos disso e os povos mais ricos, originariamente cristãos, abusam dos bens que Deus os entregou condicionalmente e se apropiam deles a custa da desgraça de muitos. Chegam ao ponto de "negarem o soberano Senhor" usando para isso a liberdade concedida pelo próprio Senhor.
ab
Fôlton
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