Vimos, domingo passado, que, o Senhor agraciou sua Igreja com seu Espírito Santo e o inimigo de nossas almas, com grande auxílio de nossa própria natureza pecaminosa, fez, e continua fazendo tudo o que pode, para desvirtuar o verdadeiro propósito da sua atuação em nossas vidas.
Vimos também que dos grandes avivamentos nasceram muitas correntes. Tantas correntes quantas pessoas foram influenciados por eles: Um verdadeiro “cristianismo individual”.
Porém, didaticamente, podemos falar de ondas, ênfases, ou, para usar a terminologia bíblica: “ventos de doutrinas”, que atingiram a Igreja sucessivamente.
A primeira ênfase foi dada na santidade pessoal. Eram os chamados movimentos “Holyness”, que destacavam a necessidade de uma “segunda bênção” - após a qual não se pecava mais - e que, necessariamente, era atestada pelo falar em línguas. Ainda hoje encontramos vestígios dessa ênfase. Entretanto, a experiência diária e a vida pecaminosa de muitos líderes diminuíram sua força.
Anos depois veio a ênfase nas curas, no desafio às doenças e, em casos extremos, aos animais peçonhentos. Argumentam: a Bíblia não garante vitória àquele que beber veneno ou for mordido por serpentes? Mas como todos os exageros passam esse também, aos poucos, foi caindo no esquecimento.
A ênfase mais atual, aparentemente a mais “mundana”, fixa-se na prosperidade. Sua máxima é que o salvo não pode passar dificuldades financeiras, pois é filho do dono da prata e do ouro.
Essas três ênfases ainda podem ser vistas, e, apesar de terem chegado sucessivamente ao Brasil, e criado comunidades diferentes, não é difícil encontrar o uso de todas elas em um mesmo local.
Vale notar que a primeira ênfase - a busca de vida santa - foi a que mais males causou às igrejas protestantes tradicionais, já que é a mais difícil de ser discernida. As duas últimas fazem mais sucesso entre os grupos sociais mais pobres, ou mais sujeitos às instabilidades como aqueles que dependem de vendas ou cumprimento de metas.
Vale notar também que há alguns absurdos tipicamente brasileiros. Por exemplo, o “dente de ouro”, onde o atestado de que alguém recebeu a bênção de Deus é ter uma obturação amarelada.
Parece que ainda virão outras ênfases, pois só o tempo nos permitirá classificar adequadamente o “riso santo”, o “vômito santo”, as “imitações santas” - seja de leões ou águias - e os “santos espetáculos” onde, a pretexto de culto, o teatro toma conta do culto com danças ou representações.
Todas trouxeram para dentro das igrejas tradicionais, no mínimo, duas mazelas. 1) Valores invertidos: onde a preocupação principal passou a ser agradar o rebanho e não a Deus. 2) Dúvida: Será mesmo que a Bíblia é mesmo a única e suficiente regra de fé?
Os pastores que orientam seu ministério pela Bíblia sofrem muito com isso, especialmente quando vêem crentes verdadeiros fascinados e os Concílios inserindo na Agenda traçada por Jesus compromissos que ele jamais assumiria.
Há alguns anos atrás a Comissão Executiva do mais alto Concílio de nossa denominação foi levada a assistir um filme em que a lição principal era deixar de lado a tradição e seguir em frente, rumo aos novos tempos. O filme contava como uma prostituta escondida em um convento reavivava o coral das freiras de tal modo que chegaram a se apresentar ao Papa.
Se permitirmos, Hollywood assume a cátedra. Depois disso o melhor que conseguiremos fazer será nos apresentar em outros ritmos. Então já estará esquecia a verdadeira e real finalidade do Espírito Santo: transformar corações e levar Igrejas a uma vida mais santa.
2 comentários:
Caro reverendo
Palavras "pesadas" as suas.
Mas eu estou lendo cada uma delas e refletindo sempre.
Sabes que eu não sou totalmente cessacionista (é assim que se escreve?), mas realmente 99% das manifestações pentecostais são de fato "fábulas", realmente um absurdo e uma busca pelo místico a qualquer preço.
Continue... eu estou distante, mas lendo e aprendendo sempre.
Um abraço
Oliveira;
Que bom te "ouvir". Estava sentindo falta.
Por favor dê uma lida nas respostas que dei aos comentário da Parte 1.
Precisei escrever isso. Os tempos estão cada vez mais confusos e carentes de um palavra direta e não ambígua.
Também não me julgo cessacionista. Como um dom como "cuidado", poderia ter cessado? Entretanto, seguindo a linha do autor da Carta aos Hebreus, creio que os dons revelacionais cessaram.
Ab
Fôlton
ab
Fôlton
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