sábado, 27 de setembro de 2008

A crise e a confiança em Deus

wall street bull

Andando por Wall Street dificilmente você não verá uma enorme escultura de bronze com mais de três toneladas de peso. É esse touro ao lado.

Indecorosamente furioso, foi esculpido por Arturo di Módica, em comemoração ao fim da crise financeira de 1987 da qual poucos se lembram, mas foi pior do que a de 1929 que desfila até nos livros escolares.

A explicação de di Módica é que um touro representa bem a “agressividade otimista do sistema financeiro e a prosperidade da economia americana”, além de ser uma referência ao modo como os corretores da bolsa se referem a uma subida rápida de um papel: “jogado para cima pelos chifres de um touro”. Entretanto, só o fato de ser um touro, deixa qualquer estudioso da história do povo de Deus com uma pulga atrás da orelha.

Até hoje sucesso material e bênçãos divinas estão ligados na mente de todos de qualquer religião. Como os judeus também achamos que um homem rico é mais abençoado por Deus do que um pobre. E, como os discípulos do Senhor, também estranhamos sua declaração de que é mais fácil passar um camelo pelo furo de uma agulha do que salvar um rico.

Nos últimos dias, acompanhando a aflição de alguns irmãos cujos queridos moram na outra América e estão sobressaltados, resolvi escrever alguma coisa que os tranqüilizasse. Porém, o texto que eu julgava pronto na segunda-feira passada, precisou ser atualizado dia a dia ao ponto de, na quinta-feira à noite, já nem parecer mais com o primeiro.

E hoje, sexta-feira, a única coisa da qual tenho certeza é que tudo se originou no pecado da ganância, e a confiança geral é apenas na “descomunal força do touro”.

Não podemos, nem devemos ficar alheios ao que ocorre no mundo. Muito menos ser ingênuos ao ponto de pensar que estamos em uma ilha que jamais será afetada, pois nossos 208 bilhões de dólares nos deixa “blindados” contra qualquer coisa. Pensar isso é loucura.

Você não se lembra de como Jesus chamou ao homem que, diante de uma boa safra, aumentou seus celeiros, fez grande estoque e tranqüilizou sua alma dizendo: “tens muito em depósito. Come, bebe, regala-te”? As palavras de nosso Mestre ainda soam e se aplicam muito bem a quem julga-se seguro por ter muito: “Louco. Esta noite pedirão tua alma”.

Como pastor, tenho a obrigação de entender o que está acontecendo e exortar ou tranqüilizar o rebanho sobre o qual Deus me colocou. Leia as palavras do Salmo 49.10-15:

"Pois todos podem ver que os sábios morrem, como perecem o tolo e o insensato e para outros deixam os seus bens. Seus túmulos serão suas moradas para sempre, suas habitações de geração em geração, ainda que tenham dado seus nomes a terras.

O homem, mesmo que muito importante, não vive para sempre; é como os animais, que perecem. Este é o destino dos que confiam em si mesmos, e dos seus seguidores, que aprovam o que eles dizem. Como ovelhas, estão destinados à sepultura, e a morte lhes servirá de pastor.

Pela manhã os justos triunfarão sobre eles! A aparência deles se desfará na sepultura, longe das suas gloriosas mansões. Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura e me levará para si".

Não adianta tentar eternizar-se dando “seus nomes a terras”, pois o destino dos que confiam em si mesmos é, na sepultura, terem a morte por pastor.

Por quanto tempo o touro ainda resistirá? Quantas crises ainda se abaterão sobre ele? Até quando se comercializará promessas de pagamento (origem da atual crise, que ainda sequer teve seu tamanho medido)?

“Blindados” mesmo estão aqueles que obedeceram o Senhor e não puseram seus corações nas riquezas. Felizes mesmo são aqueles cuja esperança não está limitada a esta vida.

domingo, 21 de setembro de 2008

A máquina do “fim-do-mundo”

Ligaram a máquina do “fim-do-mundo”! Advertiu-me um amigo impressionado com as notícias sobre o enorme acelerador de partículas europeu. Lá mesmo houve advertências, processos judiciais para impedir o funcionamento. E, na índia, enquanto muitos aguardavam o fim do mundo uma adolescente se matou de tanto medo.

Sei muito pouco sobre uma máquina dessas, mas sei que não é a primeira. É, de longe, a maior, mas outras já foram ligadas antes, e muito do que sabemos sobre o átomo e suas partículas aprendemos com elas.

Assuntos velhos: antes mesmo do nascimento de Jesus já se falava tanto sobre fim do mundo quanto sobre átomo. Sobre o primeiro, quem nunca leu as profecias de Daniel? E, sobre o segundo, acaso não lembramos das aulas de ciências sobre o filósofo grego que intuiu a existência de partículas constitutivas da matéria pelo simples raciocínio de se cortar alguma coisa continuamente em sua metade? Dizia ele: - Chegaremos a uma partícula que não poderá ser mais cortada. A palavra grega ‘átomo’ significa literalmente ‘não cortável’.

Meus professores nunca entraram em acordo se isso foi pensado por Leucipo ou Demócrito. Mas como o primeiro foi professor do segundo, para mim, essa questão não é tão importante.

Mas, voltando ao meu amigo alarmado. Ouvi todas as suas considerações - achei melhor não contar outras que eu conhecia, com medo de que ele ficasse mais alarmado ainda – e fiquei pensando duas coisas quase que paradoxais: como seria bom se fosse mesmo o “fim-do-mundo”! Afinal, não esperamos, oramos e nos empenhamos para que esse dia chegue logo?

Mas não é. Esse dia não será provocado pelo homem. Será uma intervenção divina. Não é uma “maquininha dessas” que fará o trabalho de Deus. Por mais importante que ela seja, é apenas uma “máquina de ver”. Explico:

Se você gosta de história tanto quanto eu, já deve ter percebido que a invenção das lentes foi um marco divisor no progresso da ciência. Com o microscópio um mundo invisível tornou-se examinável e com o telescópio o que era distante veio ser considerado em uma mesa de estudos.

À medida que os microscópios foram ficando mais potentes se percebeu que aquilo que parecia uma coisa só, como a pele, na verdade era constituída de várias celinhas (do latim: “celullas”), que no microscópio mostravam-se constituídas de partes menores, que por sua vez, eram constituídas de outras partes ainda menores.

Estava claro que quanto mais potente fosse o microscópio menores seriam as partículas que poderiam ser vistas. Mas quando se veria o átomo? Que potência deveria ter o microscópio que o mostrasse? Um cientista chamado Dalton no início do século XVII pensou: Não vamos esperar vê-lo pois já há informações sobre o que ele é. E postulou dentre muitas coisas que tudo é constituído por átomos e os átomos são as menores partículas.

Resumindo cem anos de história, Niels Bohr completou o modelo que conhecemos até hoje: O átomo possui um núcleo composto de prótons (positivos) e nêutrons (neutros). Ao redor deste núcleo orbitam os elétrons (negativos). E, quando um elétron migra de um átomo a outro, há produção de eletricidade e alteração das qualidades de ambos os átomos.

Do século XVII para hoje houve muitas outras descobertas. Descobrimos diversas partículas menores do que o átomo que o constituíam. Chegamos a “cortá-lo” - lembre-se que, por definição, ele era “não cortável”.

Mas o modelo de Bohr já era suficiente para se pensar (pois até hoje não vimos o átomo): Os elétrons são como os planetas que sempre vimos orbitando o sol. Mas não bastaria arranjar um microscópio mais poderoso? Não. Essas partículas são menores que a substância (onda ou partícula) da luz, que deveria iluminá-las para que as pudéssemos ver. Por isso o acelerador as emite em alta velocidade e observa o resultado do choque de uma contra outra. Mais ou menos como as partículas que os tubos de nossos aparelhos de TV emitem partículas para se chocarem contra a tela em uma ordem tal que produza imagens.

As Escrituras Sagradas ensinam que, ao examinar as coisas criadas, o homem aprende tanto sobre Deus que se torna indesculpável perante ele. Agora, repare bem: isso é dito sobre o homem comum fazendo uma observação comum. Imagine o quanto Deus tem por indesculpável aquele que examina suas obras com requintes científicos e aparelhagem sofisticada?

E, se, conforme nos ensina o Salmo 8, quando o olho os Céus compreendo que sou nada perante Deus, o que deveríamos então entender, quando “contemplamos” maravilhas como essas?

Essa maquineta não deve nos assustar. Ela está cumprindo suas maiores funções: fazendo com que os filhos de Deus exultem pelas obras do Criador e tornando os céticos mais indesculpáveis ainda.

domingo, 14 de setembro de 2008

A cultura e a transmissão do Evangelho

Há alguns dias atrás defendi a existência de uma “estética cristã” normativa para o bom relacionamento entre cristãos e para o “bom testemunho” evangélico. Entretanto, não posso deixar de explicar que, apesar de não estar subordinada, boa parte de sua expressão é afetada pelo contexto cultural em que vivemos.

Ninguém está isento de avaliar o mundo de acordo com a cultura em que o percebe e o expressa.

Isso não é difícil de entender.

Em todos os lugares em que, falando da dieta de João Batista, mencionei as diversas formas como os judeus de então comiam gafanhotos, a estranheza de meus ouvintes foi constante. Em alguns lugares ouvi nitidamente um “eeca”. Porém, o que um judeu de então pensaria de nós se soubesse que comemos porco? Pior: os intestinos do porco? Será que ele também não diria: “eeca!”?

Um amigo meu que não suporta certo tipo de música evangélica contemporânea, pois o lembra do “clima dos barzinhos”. Quando eu disse que engolia obrigado o gospel rock tão comum nas igrejas hoje, pois me trazia reminiscências das bobagens que cantei quando adolescente, ele estranhou.

Percebemos o mundo ao nosso redor através de nossos cinco sentidos, mas o decodificamos através dos valores que moldaram nossa forma de entendê-lo, e tais valores tanto podem ter sido desenvolvidos por nós mesmos (como a música para mim e para meu amigo) quanto podem ser expressão da cultura em que fomos criados (como o caso dos gafanhotos e dos porcos).

Mas, se não estamos isentos de “ver o mundo” através dos óculos de nossa cultura, também não estamos isentos de expressá-lo da mesma forma. E aqui, parece estar o maior problema.

Alguns dizem que o Evangelho deve ser expresso através de todas as culturas existentes para atingir a todas as pessoas. Outros dizem que ele deve ser expresso a todas as culturas existentes, mas apenas através dos “meios culturais” que não desdigam sua mensagem.

Parece-me que a última opção é a correta.

Você já notou que Deus proibiu-nos certas coisas? Por exemplo: somos proibidos de “fazer a obra do Senhor relaxadamente”, de substituir a ação de seu Espírito pela “força ou pela violência”, e de sermos “parciais na apresentação do conselho de Deus”.

E, ao contrário, podemos resumir com as instruções dadas a Tito: “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito” (Tt 2.7-8).

Além de ser um padrão ético de “boas, ou belas obras” Tito foi ordenado a usar “palavras sadias, hígidas, não ambíguas”, que não pudessem ser condenadas.

Ou seja: estamos proibidos de ensinar irreverentemente, ou com linguagem chula! E isso transcende a qualquer cultura!

Como então alguns querem se valer de blocos carnavalescos, de boates, de baladas ou similares, para transmitir o santo Evangelho?

A transmissão do Evangelho, ou de seus conteúdos, está indelevelmente associado a certos valores estéticos e éticos, que, algumas vezes, dependem da cultura, mas na maioria delas a transcendem.

Dizer que a cultura é neutra ou que foi redimida pela cruz é uma das grandes bobagens de nosso século. Se ela for neutra então podemos usar todas as expressões de “porneia” para comunicar exatamente aquilo que mais as condena. Se ela foi inteiramente redimida pela cruz, então todos também foram e não há necessidade alguma de se evangelizar.

Que evangelho anunciamos? Se for o verdadeiro, como estamos anunciando-o? Acho que aqui cabe bem a exortação do Apóstolo: “Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais”. (2Co 11.1-4).

domingo, 7 de setembro de 2008

Felicidade medida?

Nessa semana divulgou-se o resultado de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas expressa em um índice de nome, no mínimo, interessante: Índice de Felicidade Futura. Fiquei surpreso: O Brasil está em primeiro lugar!

Fui examinar.

A pesquisa é dirigida a jovens entre 15 e 29 anos e através de perguntas objetivas e subjetivas busca avaliar qual é a sensação do jovem frente a situação atual e a situação futura de seu respectivo país (é feita em 132 países).

Na realidade há dois índices: o de Felicidade Presente e o de Felicidade Futura, sendo que no índice de Felicidade Presente o Brasil está em 22º lugar com a Dinamarca em primeiro. Ou seja: a sensação que esse grupo tem atualmente é que a vida vai melhorar, pois se hoje os jovens de 21 nações se vêem em melhor posição do que os jovens brasileiros, a expectativa dos brasileiros é a maior de todas.

Porém o que a pesquisa chama de felicidade está atrelada indissociavelmente ao bem estar financeiro. Aliás, é como se dissesse: “o dinheiro pode até não comprar a felicidade, mas compra - ou possibilita - a aquisição de coisas que nos fazem felizes”.

Não nego que um bem estar financeiro, ou econômico, nos torne menos preocupados com as dificuldades que eventualmente nos assediem. Também não nego que proporciona a possibilidade de realização de sonhos, projetos ou desejos. Mas será que isto não é apenas parte da felicidade? Não foi por essa razão que Jesus chamou de louco aquele homem que tranqüilizou sua alma quando encheu seu celeiros?

Há também a satisfação de ser “bem sucedido”. Não importa muito em que. Mas, o sucesso em pequenas coisas provoca certo sentido de bem-estar difícil de ser avaliado. Por exemplo (a seguinte conversa é verdadeira): - Olha, para teu carro, funcionar direito, use um aditivo na gasolina. Basta por uma medida para cada tanque, e ... seja feliz!

Esses sentidos estão dicionarizados: felicidade (do Latim felicitate) s. f., ventura; bem-estar; contentamento; bom resultado, bom êxito; dita; qualidade ou estado de quem é feliz. Porém, nas Sagradas Escritura, o sentido da palavra felicidade é muito mais amplo. Repare que a pesquisa e parte do verbete do dicionário referem-se a um estado de satisfação fruto de sucesso material, mas a Palavra de Deus é bem clara: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19).

Veja também o contraste com as palavras de Jesus, quando, por nove vezes, ele define os que são felizes: “’Felizes’ os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus” (Mt 5.3).

Para o verdadeiro cristão a felicidade não está condicionada ao sucesso material. É claro que o sucesso material influencia até mesmo seu ânimo, porém sua felicidade está em valores maiores, como o que é mostrado pelo seguinte texto: “Feliz és tu, ó Israel! quem é semelhante a ti? um povo salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade” (Dt 33.29). Essas benditas palavras cumprem-se na Igreja: o verdadeiro Israel de Deus.

A felicidade do verdadeiro cristão não pode ser avaliada em índice, pois transcende as coisas materiais que são mensuráveis e expressa a fé no eterno, diante do qual tudo pode faltar, mas ele permanece.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Como escolher um candidato

No livro “O Espírito das Leis”, Montesquieu nos ensina que os governos ditatoriais e tiranos se mantém pelo medo, os governos monárquicos pelos princípios da honra e os governos democráticos pela virtude, e faz questão de explicar que não se refere a virtude em seu sentido religioso.

Estamos vivendo os dias em que os candidatos aos cargos de governo estão se apresentando a fim de nos convencer a votarmos neles. Se Montesquieu tiver razão - e acho que ele tem - podemos encontrar alguma virtude naqueles, que não se cansam de mostrar o quanto são bons, capazes e honestos?

Acaso seria virtuoso quem se apresenta como o único capaz de fazer isso ou aquilo? Ou quem enaltece seus feitos?

Falando sobre isso com um “candidato evangélico” ele me explicou: “nosso povo tem memória curta. Precisamos relembrar o que foi feito, senão votam na campanha mais bonita”.

Entendi. Não concordei, mas entendi. E deplorei!

Há uma figura que mostra bem a insensatez deste tipo de raciocínio: Imagine que você vá fazer uma viagem de avião com outros duzentos passageiros, e, ao chegar no aeroporto, seja informado que deve ir à determinada sala a fim de eleger um dos passageiros como piloto. Você se arriscaria numa viagem dessas? Você aceitaria a incumbência se acaso fosse o eleito?

Hoje, a escolha “dos pilotos de nossas cidades” não é feita pelo medo (embora a imprensa tenha noticiado que em determinados lugares, alguns estão ameaçando os eleitores), pois tal escolha é privilégio da elite que se impõe.

Também não é feita por sucessão familiar em que, por compromissos de honra, tenhamos que obedecer ao domínio de uma “família real”. Afinal ao estabelecer a República no Brasil, não apenas proibimos títulos de nobreza como desterramos apressadamente e à noite D. Pedro II, imperador de então.

Devemos escolher dentre nossos concidadãos os mais virtuosos e delegar-lhes poder de mando. A questão toda é: que critérios usaremos para descobri quais são os mais virtuosos?

Se nos fixarmos em Montesquieu o mais virtuoso será aquele para o qual o estado estiver acima de tudo, principalmente de seus interesses pessoais.

Encontraríamos sequer um que não tivesse qualquer tipo de interesse em ser eleito? Que abrisse mão do dinheiro que vai ganhar? Da influência que facilitará sua ascensão social ou a melhoria de vida de seus queridos? É difícil. É quase impossível. É praticamente impossível.

A ética cristã não condena o governante que ganha para ser governante nem o que acumula influência.

A Bíblia é clara: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. ... É necessário que lhe estejais sujeitos, ... por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. ... a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” (Romanos 13.1-7).

Então, em quem votaremos?

Um bom critério nos é dado pelo Senhor Jesus. Na realidade ele nos foi dado para conhecer falsos líderes religiosos, mas acho que serve também para escolher políticos: “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus” (Mateus 7.16-17).

Pelo contexto “frutos” tem um sentido claro: as características que acompanham quem é guiado pelo Espírito de Deus. Ou seja: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22-23). Porém, como extrapolamos o contexto, e, de falsos religiosos, estamos procurando falsos políticos, o termo “frutos” poderia muito bem ser aplicado ao que ele já fez.

Não estou me referindo apenas a obras, ou leis, mas principalmente a decisões que ele tenha tomado em momentos de crise.

Se ficou “em cima do muro” ou foi pusilânime - posição mais confortável e preferida pela maioria - é de se imaginar que no futuro faça o mesmo e deixe seus governados arcarem as conseqüências.

Se assumiu posição, de que lado ficou? Do lado da ética, da verdade, da moral, da austeridade, dos bons costumes? Ou ficou do lado em que agradaria mais eleitores?

Lembre sempre: Quando você elege alguém, não está delegando-lhe poderes para lhe agradar, mas para fazer o que é direito e o que precisa ser feito.

Escolha bem. Você tem um mês para analisar.