sábado, 1 de dezembro de 2007

Dezembro chegou

Dezembro chegou, e com ele nossas esperadas chuvas - graças a Deus - amoleceram a terra que já preparava as sementes nela plantadas. As que o calor não esturricou recebem agora, pela água, os nutrientes de que precisam. A germinação não tarda.

Dezembro chegou, e o calor que cozinhou as frutas dessa época, agora, mais úmido, se encarrega de amadurecê-las e depurar-lhes a doçura e o aspecto. As mangas, por exemplo, ficam amarelas, rosas ou até roxas e seu perfume atrai a passarada.

Dezembro chegou, e o calor, bem-vindo de Deus, beira ao insuportável quando misturado a algazarra promovida pelos homens, que se imbuem do tal “espírito natalino”: desculpa para aproveitar o dinheiro extra de fim-de-ano.

Dezembros também chegam às nossas vidas. Sempre chuvosos. Mas, graças a Deus, chuvas de bênçãos. As benditas sementes que o Espírito Santo plantou em nosso coração nos dias de calor e aflição, germinam e desabrocham produzindo aquilo que o Senhor semeou.

Os eventuais frutos que já temos são amadurecidos nesses dezembros. E, trazendo refrigério à nossas almas, essas benditas e divinas chuvas com que o Pai celeste rega nossas almas, depuram a doçura de nossos relacionamentos e embeleza nossos desejos e anseios. Nossa alma, com alegria indizível e cheia de glória agradece humilde ao Pai Criador e Cuidador.

Entretanto esse bendito período de gestação atrai pestes e parasitas. As pestes tentam, como gafanhotos esfomeados, devorar os brotos tão logo nasçam e os parasitas agarram aqueles que escapam. Assim esses inimigos ferozes tentam nos destruir.

Do mesmo modo como a estupidez humana transformou a bela intenção de se comemorar o nascimento do Verbo em oportunidade para lucros escorchantes, bebedices e orgias – como se o Filho de Deus se alegrasse com isso – a insensatez de muitos de seus filhos os parasita de tal forma que pouco se dão conta da idolatria que cometem ao reduzir a expressão exata do Ser do Pai a uma ceia ou a um rito vazio.

Benditos dezembros. Algumas vezes quentes ao corpo, mas sempre aquecidos e ímpares de prazeres espirituais aos corações dos que meditam no amor inefável de Deus.

Benditos dezembros: época de despertar. Época de frutificar. Época de celebrar o maior gesto do amor do Pai manifestado em uma manjedoura.

Um comentário:

Maurício Barbosa disse...

Acredito que chegou o dezembro em minha vida também. O seu texto é maravilhoso e muito inspirador. Que Deus continue a te usar afim nos abençoar.

Abraços.

Maurício.